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devocional

Chamada ao serviço

Há uma razão acima de todas que nos constrange a servir Deus – o exemplo do próprio Cristo

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Antes de qualquer outra coisa o apóstolo Paulo era um servo de Deus. Fora chamado para tal. Por isso escrevia a Tito: “Paulo, servo de Deus” (1:1), e nada o impediu de ser um servo.

Mas todos somos igualmente chamados ao serviço do Senhor, a sermos servos de Jesus Cristo.

A posição religiosa de Paulo não o impediu de ser um servo de Cristo

Era hebreu, israelita e descendente de Abraão: “São hebreus? também eu. São israelitas? também eu. São descendência de Abraão? também eu” (2 Coríntios 11:22); era fariseu: “eu sou fariseu e filho de fariseu” (Actos 23:6); era circuncidado: “Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu” (Filipenses 3:4,5).

Alguns, hoje, ainda acham que o Evangelho é apenas para as pessoas sem fé e sem religião.

A educação cuidada e a condição intelectual de Paulo não o impediram de ser um servo de Cristo

“Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zelador de Deus, como todos vós hoje sois” (Atos 22:3).

Conhecia muito bem a cultura grega. Alguns, hoje, ainda acham que o Evangelho é apenas para os ignorantes… ou por sobranceria, orgulho intelectual, ou por medo da opinião pública, ou porque não conseguem aceitar o mistério da Fé.

A posição social e política de Paulo não o impediram de ser um servo de Cristo 

“E, vindo o tribuno, disse-lhe: Dize-me, és tu romano? E ele disse: Sim. E respondeu o tribuno: Eu com grande soma de dinheiro alcancei este direito de cidadão. Paulo disse: Mas eu o sou de nascimento(Atos 22:27,28).

Alguns, hoje, ainda acham que o Evangelho é apenas para os pobres, os marginalizados da sociedade e os anónimos.

Os anteriores empenhos e ligações de Paulo não o impediram de ser um servo de Cristo 

“E persegui este caminho até à morte, prendendo, e pondo em prisões, tanto homens como mulheres. Como também o sumo-sacerdote me é testemunha, e todo o conselho dos anciãos. E, recebendo destes cartas para os irmãos, fui a Damasco, para trazer maniatados para Jerusalém aqueles que ali estivessem, a fim de que fossem castigados” (Atos 22:4,5).

Alguns, hoje, ainda acham que o Evangelho não consegue mudar radicalmente uma vida.

A grandeza da missão que Paulo recebeu não o impediu de a cumprir com todo o empenho 

“Para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios (2 Timóteo 1:11).

Os povos gentios constituíam uma população imensa no Império Romano, mas isso não intimidou o apóstolo.

A luta e a oposição constantes ao cumprimento do seu serviço a Deus não impediram Paulo de levar a sua missão até ao fim

“Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas” (2 Coríntios 11:24-28).

Nenhuma contrariedade ou oposição o impediu de levar a cabo a sua missão, com elevado sacrifício pessoal.

Se Paulo, sendo o que era, pela positiva e pela negativa, se tornou um exemplo de servo de Cristo, nós também o podemos ser. 

Mas há uma razão acima de todas que nos constrange a servir Deus – o exemplo do próprio Cristo:

“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Filipenses 2:3-7).

 Seja um servo de Deus, servindo os seus vizinhos em necessidade, fale do amor de Jesus, aproveite esta excelente oportunidade para ser um semeador de esperança, em tempos de medo.

Nasceu em Lisboa (1954), é casado, tem dois filhos e um neto. Doutorado em Psicologia, Especialista em Ética e em Ciência das Religiões, é director do Mestrado em Ciência das Religiões na Universidade Lusófona, em Lisboa, coordenador do Instituto de Cristianismo Contemporâneo e investigador.

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