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Cristãos enfrentam violência e morte no Paquistão

Relatos de violência e perseguição estão sendo feitos por cristãos.

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O cristão foi uma das vítimas do ataque em Jaranwala, Paquistão, em 2023 (Foto: Reprodução/Portas Abertas)

Líderes cristãos no Paquistão estão condenando veementemente uma decisão judicial que sentenciou Ehsan Masih, um jovem cristão de 27 anos, à morte por blasfêmia. Este veredito foi proferido após um dos piores ataques de multidões contra a comunidade cristã em Jaranwala, Punjab, em agosto de 2023.

Ehsan, que trabalhava em uma olaria, foi condenado em junho deste ano por supostamente compartilhar uma imagem de um Alcorão danificado no TikTok, um incidente ocorrido após os ataques violentos à sua comunidade. Segundo as rígidas leis antiblasfêmia do Paquistão, insultar o nome do Santo Profeta Muhammad é punível com a morte. Até o momento, ninguém foi executado sob essa lei, mas a sentença de Ehsan marca um precedente alarmante.

De acordo com a Portas Abertas, bispos católicos, incluindo Indrias Rehmat de Faisalabad, presidente da Comissão de Justiça e Paz da Conferência Episcopal Católica do Paquistão, criticaram a sentença, chamando-a de “um abuso da lei, uma farsa da justiça”. Protestos contra o veredito também eclodiram em Karachi, onde dezenas de pessoas saíram às ruas em apoio a Ehsan. Seu advogado já anunciou que irá apelar da decisão.

O caso de Ehsan está profundamente ligado aos eventos de agosto de 2023, quando rumores de que dois irmãos cristãos haviam profanado o Alcorão provocaram uma onda de violência contra a comunidade cristã. Quase 100 casas e mais de 25 igrejas foram danificadas ou queimadas por grupos de muçulmanos revoltados. Embora a maioria dos presos nesses ataques tenha sido liberada, 12 pessoas ainda enfrentam julgamento. Os dois irmãos acusados de blasfêmia foram absolvidos no início deste ano.

Além do caso de Ehsan, há relatos de outros ataques violentos motivados por acusações de blasfêmia. Em um incidente recente, Nazir Masih, um cristão de setenta anos, foi brutalmente atacado por manifestantes muçulmanos que o acusaram falsamente de blasfêmia, alegando ter encontrado páginas danificadas do Alcorão fora de sua casa e fábrica em Sargodha, Punjab. Nazir morreu devido aos ferimentos, e sua casa e loja foram danificadas e saqueadas.

Esses incidentes destacam a grave situação enfrentada pelas minorias religiosas no Paquistão e a necessidade urgente de revisões nas leis antiblasfêmia do país, que muitas vezes são usadas como ferramentas de opressão e violência contra grupos vulneráveis.

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