ciência & tecnologia
Instagram decide tornar contas de adolescentes privadas
As mudanças visam garantir uma experiência mais controlada e privada para jovens usuários, além de tranquilizar os pais.
O Instagram anunciou na última terça-feira uma série de medidas para tornar a plataforma mais segura para adolescentes, criando o que chama de “Contas de Adolescentes do Instagram”. As mudanças visam garantir uma experiência mais controlada e privada para jovens usuários, além de tranquilizar os pais quanto à segurança de seus filhos na rede social.
“As contas de adolescentes têm proteções integradas que limitam quem pode contatá-los e o conteúdo que eles veem, além de fornecer novas maneiras para os adolescentes explorarem seus interesses”, declarou o Instagram em nota. Segundo a empresa, adolescentes com menos de 16 anos serão automaticamente inseridos nesse tipo de conta e precisarão da permissão dos pais para modificar essas configurações.
De acordo com The Christian Post, além da privacidade dos perfis, outras medidas incluem a restrição das configurações de mensagens para que os adolescentes só possam ser contatados por pessoas que conhecem, a limitação da exposição a “conteúdo sensível” e a proibição de serem mencionados ou marcados em postagens por pessoas que eles não seguem.
Entre as mudanças está também a implementação de um “modo de espera” entre as 22h e 7h, no qual os adolescentes não receberão notificações, além de receberem alertas para sair do aplicativo caso passem mais de uma hora utilizando-o.
O Centro Nacional de Exploração Sexual (NCOSE) elogiou as medidas do Instagram, chamando-as de uma “grande vitória”. “O Instagram é a plataforma número 1 onde a sextorsão acontece. Ele está sendo usado por milhões de adolescentes no mundo todo. Agora, todas essas crianças estão mais protegidas da exploração sexual”, afirmou a entidade.
Embora as mudanças tenham sido amplamente bem-recebidas, algumas vozes continuam céticas. Nicole Gil, cofundadora e diretora executiva da Accountable Tech, afirmou que as medidas não são suficientes e que a Meta, controladora do Instagram, ainda precisa de “supervisão e regulamentação independentes reais” para proteger melhor os jovens. “O modelo de negócios da Meta é construído para viciar seus usuários e minerar seus dados para obter lucro”, declarou.
Nos últimos anos, a Meta tem enfrentado uma série de críticas e processos judiciais sobre a proteção inadequada de menores em suas plataformas, incluindo o Facebook e o Instagram. O NCOSE destacou a empresa em sua “Lista dos Doze Sujos”, apontando que as redes sociais da Meta são pontos críticos para crimes como abuso sexual infantil, tráfico sexual e sextorsão.
A iniciativa do Instagram ocorre em um momento em que o Congresso dos Estados Unidos discute a Lei de Segurança Online para Crianças, aprovada recentemente pelo Senado.
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