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Preso por noticiar perseguição cristã na Nigéria, jornalista promete não desistir

O jornalista cristão Luka Binniyat, já foi preso três vezes por reportar ataques cometidos por radicais islâmicos Fulani contra comunidades rurais cristãs.

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Luka Binniyat (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

O jornalista cristão Luka Binniyat, de 58 anos, tornou-se um defensor incansável dos cristãos perseguidos no estado de Kaduna, Nigéria, denunciando a violência cometida por radicais islâmicos Fulani contra comunidades rurais cristãs. Sua coragem em expor esses massacres o transformou em um alvo do governo nigeriano, que o acusou falsamente de espalhar informações enganosas e “cyberstalking” — uma acusação frequentemente usada para silenciar jornalistas e críticos do governo.

Luka já foi preso três vezes por reportar esses ataques, enfrentando condições desumanas na prisão. Sua primeira detenção ocorreu em 2017, iniciando um processo judicial que se arrasta até hoje, sob a supervisão de seis juízes. Durante seu encarceramento, ele enfrentou situações degradantes em celas superlotadas e insalubres, onde foi obrigado a conviver com baratas, percevejos e o forte cheiro de urina e fezes. “A cela, construída para 20 detentos, tinha 85 de nós”, relembra Luka. Ele também descreveu o ar poluído pela fumaça de cigarro e maconha e a comida sendo servida em recipientes imundos.

Após 93 dias preso, Luka foi solto sob fiança, mas voltou a ser detido em 2021 após publicar um artigo no “Epoch Times”, intitulado “Na Nigéria, a polícia considera os massacres ‘perversos’, mas não faz nenhuma prisão”. O artigo criticava a passividade das autoridades diante dos ataques fulanis e a classificação do comissário Samuel Aruwan, que chamou os massacres de “confrontos rurais”.

Segundo o International Christian Concern, o governo nigeriano rejeita as denúncias de genocídio religioso, alegando que os conflitos entre pastores e agricultores são de natureza étnica e territorial, e não religiosa. No entanto, a violência contra cristãos nas regiões do Cinturão Médio da Nigéria é amplamente denunciada por organizações de direitos humanos.

Em sua segunda prisão, Luka passou mais 96 dias atrás das grades, lutando contra artrite e hipertensão, até ser libertado sob fiança em janeiro de 2023. Poucos dias após sua libertação, sua aldeia natal, Zamandabo, foi atacada por pastores Fulani, resultando na morte de 12 pessoas, incluindo seu primo e sua tia.

Apesar das inúmeras prisões e das ameaças constantes, Luka permanece firme em sua missão. “Relatar a perseguição aos cristãos na Nigéria se tornou uma obsessão. Apesar das ameaças, não vou parar. Por amor de Cristo Jesus, continuarei relatando até a morte. Esse é o legado que quero deixar para trás”, afirmou o jornalista.

Atualmente, Luka trabalha como freelancer, cobrindo os ataques contra comunidades cristãs no Cinturão Médio. Ele também é porta-voz da União do Povo do Sul de Kaduna (SOKAPU), que representa 67 grupos étnicos cristãos.

Segundo a organização Portas Abertas, a Nigéria é o 6º país mais difícil para ser cristão, conforme aponta a Lista Mundial da Perseguição 2024.

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