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Relatório aponta aumento do ensino doméstico nos EUA

A pesquisa também ressalta que muitos pais tomaram a decisão de educar seus filhos em casa devido a preocupações com o conteúdo curricular.

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Criança estudando
Criança estudando (Foto: Reprodução/Unsplash)

A educação domiciliar nos Estados Unidos continua a crescer mesmo após o fim dos bloqueios impostos pela pandemia de COVID-19, conforme aponta um relatório recente do Laboratório de Pesquisa sobre Educação Domiciliar do Instituto Johns Hopkins de Política Educacional. O levantamento, que analisou dados de 21 estados no ano acadêmico de 2023-2024, revela um cenário surpreendente, onde 19 estados registraram um aumento significativo no número de crianças educadas em casa.

O relatório destaca que os aumentos variam entre 2%, como foi o caso da Geórgia, até saltos expressivos de 29% em estados como Delaware. Apenas dois estados, Vermont e New Hampshire, apresentaram uma redução no número de alunos educados em casa. Entretanto, o relatório sugere que o declínio observado em New Hampshire pode ser mais uma questão de contabilização do que uma queda real. Com a implementação da Conta de Liberdade Educacional (EFA), muitos alunos passaram a não ser mais classificados como educados em casa, o que altera as estatísticas oficiais.

O relatório não conseguiu identificar uma causa específica para o aumento contínuo da educação domiciliar após a pandemia, mas deixou claro que o fenômeno não está mais ligado diretamente às interrupções causadas pela crise sanitária global. Angela Watson, diretora do laboratório de pesquisa e autora do relatório, expressou surpresa ao observar que muitos especialistas acreditavam que o retorno das atividades presenciais nas escolas tradicionais traria de volta a maioria dos alunos. No entanto, essa expectativa não se concretizou.

“Achávamos que, à medida que as escolas voltassem ao normal, o número de educadores domiciliares cairia, mas isso não aconteceu na proporção esperada”, disse Watson.

A pesquisa também ressalta que muitos pais tomaram a decisão de educar seus filhos em casa devido a preocupações com o conteúdo curricular das escolas públicas, além dos desafios trazidos pela pandemia. O crescente descontentamento com o ensino tradicional e o desejo de maior controle sobre o que seus filhos aprendem parece estar alimentando esse movimento.

Além disso, em alguns estados, alunos de “microescolas” — um modelo educacional que funciona de maneira similar a escolas privadas — estão sendo classificados como educados em casa, o que também pode estar inflando os números. Contudo, essa categoria, embora juridicamente incluída no ensino domiciliar, não reflete inteiramente o conceito tradicional da prática, conforme observou Watson.

De acordo com The Christian Post, essa tendência tem se refletido também na queda significativa das matrículas em escolas públicas. Um estudo do Urban Institute revelou que, no ano acadêmico de 2021-2022, cerca de 1,2 milhão de alunos deixaram as escolas públicas, com aproximadamente 26% desse total optando pela educação domiciliar. Esse fenômeno representa uma mudança considerável no panorama educacional dos Estados Unidos, sugerindo que o ensino doméstico pode se consolidar como uma alternativa crescente para muitas famílias.

Embora ainda restem perguntas sobre as causas profundas dessa mudança, o fato é que o aumento da educação domiciliar está remodelando a forma como muitos pais enxergam a educação de seus filhos. A liberdade para moldar o currículo e adaptar o ensino às necessidades individuais, somada à insatisfação com o sistema público, tem feito com que mais famílias optem por educar em casa.

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