igreja perseguida
Relatório aponta que Coreia do Norte despeita normas de direitos humanos
O relatório da CSW baseia-se em entrevistas com fugitivos norte-coreanos e especialistas.
O novo relatório da Christian Solidarity Worldwide (CSW), intitulado “Coreia do Norte: Não podemos desviar o olhar”, condena a repressão contínua das liberdades civis e religiosas na Coreia do Norte, especialmente direcionada ao cristianismo. Publicado no 10º aniversário do histórico relatório da Comissão de Inquérito da ONU, que descreveu as violações de direitos humanos no país como sem paralelo no mundo contemporâneo, o relatório da CSW destaca que a situação não melhorou, podendo até ter se agravado.
O relatório da CSW baseia-se em entrevistas com fugitivos norte-coreanos e especialistas, detalhando as consequências severas enfrentadas por quem desafia o regime de Kim Jong-un. Aqueles que expressam opiniões divergentes ou são encontrados com materiais religiosos, como a Bíblia, são frequentemente torturados, enviados a campos de prisioneiros ou executados. A repressão piorou durante a pandemia e com a repatriação forçada de refugiados da China.
Scot Bower, CEO da CSW, afirmou que, uma década depois, o regime norte-coreano permanece comprometido em ser um “pária” internacional, agindo com hostilidade em relação aos direitos humanos globais. Ele espera que o relatório incentive ações concretas para lidar com essa crise.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, em um novo relatório, pediu que a liderança da Coreia do Norte seja responsabilizada pelos crimes contra a humanidade. Ele enfatizou a importância de buscar a responsabilização, inclusive no Tribunal Penal Internacional, embora o apoio da China e da Rússia ao regime de Kim torne essa possibilidade remota.
Timothy Cho, um norte-coreano que fugiu do país, ressaltou a gravidade dos crimes cometidos pelo regime, enquanto Simon Lee, do ministério Portas Abertas, alertou que a Lei da Coreia do Norte sobre Rejeição do Pensamento e Cultura Reacionários é usada para perseguir cristãos, embora oficialmente se refira a “materiais supersticiosos”, um termo amplamente reconhecido como uma referência à religião.